Infraestruturas de Ciência e de Acesso Aberto no Brasil: iniciativas do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
Palavras-chave:
Ciência Aberta, Acesso Aberto, Informação científica, Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e TecnologiaSinopse
A partir do final da década de 1990, a comunicação científica mundial começou a passar por mudanças disruptivas, impulsionadas por dois fatores principais: o surgimento de novas tecnologias de comunicação e informação e o Movimento de Acesso Aberto à Informação Científica. Juntos, esses fatores transformaram a maneira de produzir e disseminar ciência, com impacto em todas as áreas do conhecimento.
Nesse cenário, o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), reconheceu a necessidade de dotar o Brasil com infraestruturas nacionais alinhadas aos novos paradigmas da comunidade científica global. Tal iniciativa encontra-se ancorada na própria missão institucional do Instituto: “Promover a competência, o desenvolvimento de recursos e a infraestrutura de informação em ciência e tecnologia para a produção, socialização e integração do conhecimento científico e tecnológico”.
Guiados por uma visão pioneira e cientes das transformações em curso na comunicação científica mundial, os pesquisadores Hélio Kuramoto e Silvia Barcelos desempenharam um papel central ao trazer para o Ibict os fundamentos do Movimento de Acesso Aberto. Em uma visita técnica à Alemanha, Kuramoto e Barcelos tiveram contato com a tecnologia dos arquivos abertos (open archives) e, ao retornarem, introduziram no Instituto discussões que estavam ganhando força globalmente. Esse marco foi o ponto de partida para as infraestruturas de acesso aberto desenvolvidas pelo Ibict, detalhadas nas páginas seguintes.
Embora esta obra tenha como foco o resgate histórico das principais iniciativas do Ibict, é inegável que ações nacionais e internacionais desempenharam um papel fundamental na consolidação do Acesso Aberto e da Ciência Aberta. Por essa razão, o livro se inicia com uma linha do tempo que destaca os principais acontecimentos externos ao Ibict, mas que foram essenciais para a construção das infraestruturas existentes no Instituto.
Em 2001, o Movimento de Acesso Aberto consolidou-se de maneira significativa por meio da Budapest Open Access Initiative (BOAI). Ao qualificar a informação científica como bem público, a BOAI advogou pela eliminação das barreiras de acesso que até então vigoravam, visando sua democratização. Para alcançar esse objetivo, a Iniciativa preconizou a Via Dourada (publicação em revistas científicas de acesso aberto) e Via Verde (criação de repositórios institucionais).
Diante dessas prerrogativas internacionais, o Ibict iniciou a criação de seus produtos e serviços voltados à estruturação das duas Vias do Acesso Aberto no Brasil. Internamente foram criadas infraestruturas nacionais para atender instituições de ensino e pesquisa, além da oferta de oficinas e treinamentos que capacitaram as instituições a implementarem suas próprias infraestruturas.
Este livro tem como objetivo resgatar e registrar historicamente essas ações, produtos e serviços criados e mantidos pelo Instituto para consolidar o Acesso Aberto e a Ciência Aberta no Brasil. A pesquisa foi conduzida principalmente por meio de análise documental e consulta direta às políticas, diretrizes e websites relacionados aos produtos e serviços do Instituto. Além disso, depoimentos de técnicos e pesquisadores envolvidos na construção e manutenção dessas iniciativas - muitos deles também autores de capítulos desta obra - foram fundamentais para a reconstrução dessa trajetória.
A história da ciência é marcada por eventos que definem seus rumos, e a trajetória do Ibict não é exceção. Como disse Isaac Newton: “Se enxerguei mais longe, foi por estar sobre os ombros de gigantes.” Essa frase emblemática reflete o espírito desta obra, que reconhece o legado daqueles que contribuíram para o avanço da comunicação científica no Brasil.
Ao longo de seus 70 anos, o Ibict foi enriquecido por novos nomes, ideias e tecnologias, cujos impactos são apresentados neste livro. Convidamos o leitor a conhecer e valorizar os esforços do Ibict na promoção do Acesso Aberto e da Ciência Aberta no Brasil. Que estas páginas inspirem a todos a participar dessa transformação essencial para o avanço do conhecimento científico em nosso país.
Capítulos
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PrefácioEloy Rodrigues
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Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD)Tainá Batista de Assis, Juliana Araujo Gomes de Sousa e Cássio Teixeira de Morais
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Portal Brasileiro de Publicações e Dados Científicos em Acesso Aberto (Oasisbr)Gabriel Silveira Marques
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Rede Cariniana: um esforço colaborativo de preservação digital do IbictMiguel Ángel Márdero Arellano
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Repositório Institucional do Ibict (RIDI)Cássio Teixeira de Morais
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Repositório Comum do Brasil (Deposita)Blena Estevam dos Santos, Millena Cordeiro Matos de Lima e Cássio Teixeira de Morais
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Aleia: Repositório de dados de pesquisa do IbictTatyane Guedes Martins da Silva e Leticia Guarany Bonetti
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Repositório Comum de Dados de Pesquisa: Deposita DadosTatyane Guedes Martins da Silva e Leticia Guarany Bonetti
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Diretório de políticas editoriais das revistas científicas brasileiras (Diadorim)Fhillipe de Freitas Campos, Bianca Amaro e Denise Aparecida Freitas de Andrade
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Portal brasileiro para as revistas científicas (Manuelzão)Denise Aparecida Freitas de Andrade, Fhillipe de Freitas Campos e Raphael Faria Vilas Boas
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Diretório das revistas científicas eletrônicas brasileiras (Miguilim)Denise Aparecida Freitas de Andrade, Fhillipe de Freitas Campos e Bianca Amaro
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Rede Moara: plataforma para compartilhamento de códigos-fonte para pesquisaMilton Shintaku, Bernardo Dionízio Vechi, Rebeca dos Santos de Moura, Lucas Rodrigues Costa e Diego José Macedo
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O PGD BR como ferramenta para a promoção da ciência abertaFabiano Couto Corrêa da Silva, Sandra de Albuquerque Siebra, Alexandre Faria de Oliveira e Laura Vilela Rodrigues Rezende
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Infraestruturas abertas para ciência cidadã: a experiência da CívisSarita Albagli, Luana Rocha, Josir Cardoso Gomes e Matheus Dantas
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Ecossistema de Informação da Pesquisa Científica Brasileira (BrCris)Thiago Magela Rodrigues Dias, Washington Luís R. de Carvalho Segundo e Marcel Garcia de Souza
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Rede Brasileira de Repositórios Digitais (RBRD)Juliana Araujo Gomes de Sousa e Bianca Amaro
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Laguna: Infraestrutura Informacional Aberta e lago de dadosPatricia da Silva Neubert, Janinne Barcelos, Fabio Lorensi do Canto e Priscila Machado Borges Sena
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