Epistemologia da organização do conhecimento
Palavras-chave:
Práxis epistemológica, Organização do Conhecimento, EpistemologiaSinopse
Antes, porém, de discutir uma “nova ciência”, a obra Epistemologia da Organização do Conhecimento remonta os pressupostos do fazer epistemológico: como se instaura a reflexão sobre a verdade para a qual a sistemática do organizador do conhecimento aponta? De uma cientificidade estruturalmente (e ainda permanente, posto que necessária) orientada para a própria metaclassificação das ciências desdobradas da pangeia filosófica do Iluminismo – por exemplo, a obra de Rosali Fernandez de Souza tão pontualmente nos revela essa condição no estudo da realidade da organização política do conhecimento científico do país, como no artigo “Universo de Ciência e Tecnologia: organização e representação em classificações do conhecimento”, publicado na revista Tendências da Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação, volume 5, número 1, 2012 - ao metadiscurso – aqui, “discurso” em sua mais “pós-estruturalista veia” – para a organização da pluralidade dos saberes (a cientificidade não condicionada ao fechamento a-crítico de dadas configurações epistêmicas), o livro “Epistemologia da Organização do Conhecimento” percorre diferentes configurações do saber-fazer do gesto classificatório, em suas vertentes metacientífica, social, cultural, política.
Do prefácio de Lilian Alvarez, ao enfoque social de Maria Jose Lopez Huertas, da fundamentação teórico-aplicada da terminologia e da classificação em Hagar Espanha Gomes e da filosofia semântica em Maria Luiza de Campos e Nilson Theobald Barbosa, passando pela definição conceitual via Gardin segundo Johanna Smit e José Augusto Guimarães; da orientação das políticas de organização e representação da informação com foco em repositórios institucionais, em Mariângela Fujita, aos debates teóricos sobre linguagem, significação e interpretação em Marilda Lopes Ginez de Lara, chegando ao debate sobre organização do conhecimento, arquivos e Arquivologia nos estudos de Evelyn Dill Orrico, Eliezer Pires da Silva e Roberta Pinto Medeiros, bem como de Thiago Barros Carine Melo Cogo Bastos, Joana Peregrina Hernandes; da discussão sobre a análise de assunto no âmbito contextual em Gercina Lima, aos debates social-museológico e rizomático-musicológicos, respectivamente em Giulia Crippa e Rodrigo Sales & Camila Monteiro de Barros, chegando ao debate epistemológico-ontológico de Linair Campos, à configuração teórico-crítica da decolonialidade na indexação em Luciana Gracioso, junto ao metamapa da organização do conhecimento em Tatiana Almeida e Gustavo Saldanha e à fundamentação epistemológico-histórica de Conrad Gesner para a construção de tudo o que chamamos episteme em organização do conhecimento conforme a pesquisa de André Araújo: estabelece-se aqui, através dos fios da enorme trama do pensamento e das práticas em organização do conhecimento um quadro – não completo, porém vasto e profundo – para compreensão atual e interpretações futuras sobre a construção de um dos movimentos teóricos mais relevantes da própria Modernidade e de suas consequências. Em outros termos, sem uma cientificidade – a procura pela verdade epistêmica – de uma organização do conhecimento, não podemos conceber a própria raiz e seus horizontes da condição epistêmica da ciência para o Século XXI.
Diante dessas reflexões, esta obra se apresenta como uma reunião dos pensamentos daqueles que são na atualidade uma representação reconhecida dos principais teóricos no contexto da Organização do Conhecimento brasileira, culminando no alcance de nosso objetivo inicial cuja ideia de preparação deste volume - no âmbito da coletânea comemorativa dos 50 anos do nosso Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação - se pautou na possibilidade de deixar para as gerações futuras de estudiosos do campo, o registro das diversas vertentes teóricas que poderá servir como fundamento para os questionamentos epistêmicos de novas investigações em Organização do Conhecimento.
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